Texto Literário Sobre a Chuva

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Texto Literário sobre a Chuva

E texto literário É um tipo de escrita que se compromete a proporcionar ao leitor uma experiência estética, ou seja, uma experiência de beleza. Isso significa que um texto literário atribui grande importância não apenas ao que diz, mas também ao modo como o diz e à pluralidade de significados que pode expressar por meio das palavras certas.

Os textos literários fazem parte da tradição artística da humanidade desde os tempos antigos, ou seja, da literatura, e estão organizados em grandes grupos conhecidos como gêneros, que apresentam características básicas mais ou menos comuns. Atualmente, os gêneros literários são: poesia, narrativa (o conto, o romance, a crônica) e dramaturgia (isto é, textos teatrais).

  • Texto literário sobre o amor
  1. Poema : “Qual é a tua vida, minha alma?” por Miguel de Unamuno (1864-1936)

Qual é a tua vida, minha alma, qual é o teu pagamento?
Chuva no lago!
Qual é a sua vida, minha alma, seu hábito?
Vento no topo!

Como sua vida, minha alma, é renovada?
Sombra na caverna!
Chuva no lago!
Vento no topo!
Sombra na caverna!

Lágrimas é a chuva do céu,
e é o vento que soluça sem partir,
lamento, a sombra sem consolação,
e a chuva, o vento e a sombra fazem a vida.

Sobre o autor

Miguel de Unamuno é talvez o mais destacado dos escritores espanhóis da Geração de 98. Cultivou vários gêneros literários como o romance, o teatro, a poesia e o ensaio, e foi reitor da Universidade de Salamanca em três períodos, além de como deputado nas Cortes Constituintes da Segunda República. Sua poesia faz parte do movimento do romantismo e grande parte dela é escrita usando métricas tradicionais, como romance e soneto. Religião, pátria e vida doméstica eram alguns dos seus temas preferidos.

  1. Poema : “A Chuva” de Jorge Luis Borges (1899-1986)

De repente a tarde clareou
porque a chuvinha já está caindo.
cair ou cair chuva é uma coisa
o que certamente aconteceu no passado.

Aquele que a ouve cair se recuperou
o momento em que sorte sorte
revelou a ele uma flor chamada rosa
e a curiosa cor vermelha.

Esta chuva que cega as janelas
vai animar em subúrbios perdidos
as uvas pretas de uma certa videira
pátio que não existe mais. o molhado
Mais tarde a voz me traz, a voz desejada,
de meu pai que volta e que não morreu.

Sobre o autor

Jorge Luis Borges é o escritor argentino mais conhecido e aclamado de todos, autor destacado de contos, ensaios e poemas. Ele é considerado uma figura importante nas letras hispânicas e um autor chave para o surgimento do realismo mágico latino-americano. Apesar de cego aos 55 anos, produziu obras importantes como coletâneas de contos ficções y El Alephprovavelmente o mais conhecido, e também deixou uma poderosa obra poética, na qual se destaca o domínio magistral dos adjetivos.

  1. Conto : “O Gato na Chuva” de Ernest Hemingway (1899-1961)

Apenas dois americanos estavam hospedados no hotel. Eles não conheciam nenhuma das pessoas que subiam e desciam as escadas de e para seus quartos. A dele ficava no segundo andar, de frente para o mar e para o monumento da guerra, no jardim público com grandes palmeiras e bancos verdes.

Quando o tempo estava bom, sempre havia um pintor com seu cavalete. Os artistas gostavam daquelas árvores e das cores vivas dos hotéis de frente para o mar.

Os italianos vieram de longe para ver o memorial de guerra, feito de bronze que brilhava na chuva. A água escorria pelas palmeiras e formava poças nas passarelas de pedra. As ondas quebraram em uma longa linha e o mar recuou da praia para voltar e quebrar novamente na chuva. Os carros se afastaram da praça onde ficava o monumento. Do outro lado, na entrada de um café, um garçom contemplava o lugar agora solitário.

A senhora americana observava tudo da janela. No chão, logo abaixo da janela, um gato havia se encolhido sob um dos bancos verdes. Ele tentou ficar o mais pequeno possível para evitar as gotas de água que caíam nas laterais de seu abrigo.

“Vou procurar aquele gatinho”, disse ela.

“Eu vou se você quiser”, seu marido ofereceu da cama.

-Não, eu vou. O pobre gatinho enrolou-se debaixo do banco para não se molhar.

O homem continuou lendo, apoiado em dois travesseiros ao pé da cama.

“Não se molhe”, ele a advertiu.

A mulher desceu e o dono do hotel se levantou e fez uma reverência para ela quando ela passou por seu escritório, que tinha sua mesa nos fundos. O proprietário era um velho muito alto.

A chuva – disse o americano. Ele gostou do dono do hotel.

-Sim Sim senhora, mau tempo. É um momento muito ruim.

Quando o americano passou pelo escritório, o padrone fez uma reverência em sua mesa. Ela experimentou uma sensação estranha. Ele ficou atrás da mesa, no fundo da sala escura.

A mulher gostou. Gostava da seriedade com que recebia qualquer reclamação. Gostava da sua dignidade e da sua forma de a servir e de desempenhar o seu papel de hoteleiro. Gostava de seu rosto velho e triste e de suas mãos grandes. Ele estava pensando nisso quando abriu a porta e colocou a cabeça para fora. A chuva tinha aumentado. Um homem de capa de chuva atravessou a praça deserta e entrou no café. O gato tinha que estar à direita. Talvez ela pudesse se aproximar por trás do beiral. Enquanto isso, um guarda-chuva se abriu atrás. Era o criado encarregado de seu quarto, comandado, sem dúvida, pelo hoteleiro.

“Não deve molhar”, disse a garota em italiano, sorrindo.

Enquanto a empregada segurava o guarda-chuva ao lado, a americana desceu o caminho de pedra até chegar ao local indicado, embaixo da janela. O banco estava lá, brilhando na chuva, mas o gato tinha sumido. A mulher ficou desapontada. A empregada olhou para ela com curiosidade.

Ele perdeu algo, signora?

“Havia um gato aqui”, respondeu o americano.

-Um gato?

-Sim o gato.

-Um gato? A empregada riu. Um gato na chuva?

-Sim; refugiou-se no banco –e depois–. Oh! Eu gostei bastante disto! Eu queria ter um gatinho.

Quando ele falou em inglês, a donzela ficou séria.

-Vir, senhora. Nós temos que voltar. Se não, vai molhar.

“Imagino que sim”, disse o estrangeiro.

Voltaram ao hotel pelo caminho de pedra. A garota parou na porta para fechar o guarda-chuva. Quando o americano passou pelo escritório, o padrone fez uma reverência em sua mesa. Ela experimentou uma sensação estranha. O padrone a fazia se sentir muito pequena e, ao mesmo tempo, importante. Ele tinha a impressão de ser de grande importância. Depois de subir as escadas, abriu a porta de seu quarto. George ainda estava lendo na cama.

-E o gato? ele perguntou, abandonando a leitura.

-Se foi.

E para onde ele poderia ter ido? Ele disse, descansando um pouco os olhos.

A mulher sentou-se na cama.

-Eu gostei bastante disto! Não sei porque queria tanto. Gostei daquele pobre gatinho. Não deve ser legal ser um pobre coitado na chuva.

George começou a ler novamente.

Sua esposa sentou-se diante do espelho da penteadeira e começou a se olhar no espelho de mão. Estudou-se o perfil, primeiro de um lado e depois do outro, e por fim a nuca e o pescoço.

“Você não acha que eu deveria deixar meu cabelo crescer?” ele perguntou, olhando para si mesmo de perfil.

George olhou para cima e viu a nuca de sua esposa, raspada como a de um menino.

-Eu gosto do jeito que é.

Estou cansada de usar tão curto! Estou cansada de sempre parecer um menino.

George se mexeu na cama. Ele não tirou os olhos dela desde que ela começou a falar.

-Caramba! Você é muito bonita”, disse ele.

A mulher colocou o espelho sobre a cômoda e foi olhar pela janela. Já estava escuro.

–Gostaria de ter o cabelo mais comprido, para poder fazer um laço. Estou cansado de sentir minha nuca nua toda vez que a toco. E também gostaria de ter um gatinho que deitasse no meu colo e ronronasse quando eu o acariciasse.

-Sim? disse Jorge.

–E além disso, eu quero comer em uma mesa com velas e com minhas próprias louças. E quero que seja primavera e penteie o cabelo na frente do espelho, tenha um gatinho e alguns vestidos novos. Eu gostaria de ter tudo isso.

-Oh! Por que você não cala a boca e lê alguma coisa? disse George, retomando sua leitura.

Sua esposa observava da janela. Já era noite e ainda chovia por entre as palmeiras.

“De qualquer forma, eu quero um gato”, disse ele. Eu quero um gato. Eu quero um gato. Agora mesmo. Se não posso ter cabelo comprido ou me divertir, pelo menos preciso de um gato.

George não estava ouvindo. Eu estava lendo seu livro. Da janela, ela viu que a luz da praça havia sido acesa. Alguém bateu na porta.

Avanti disse George, olhando por cima do livro. À porta estava o criado. Ele carregava um grande gato tartaruga que lutava para se livrar dos braços que o seguravam.

“Desculpe-me”, disse a menina, “o padrone me pediu para trazer isto para o senhora.

Sobre o autor

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Ernest Hemingway é considerado um dos mestres do conto americano contemporâneo, iniciador da escola narrativa conhecida como “realismo sujo”, com frases curtas e estilo enxuto. Ele foi um aclamado jornalista, romancista e contista, vencedor do Prêmio Pulitzer em 1953 e do Prêmio Nobel de Literatura no ano seguinte. Fã de boxe, foi repórter de guerra na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial, e viveu seus dias em Cuba. Ele cometeu suicídio aos 61 anos com um tiro de espingarda.

Referências:

  • “Tipos de textos” na Wikipédia.

  • poemas sobre amor
  • Redação sobre O Pequeno Príncipe
  • Ensaio literário sobre música
  • Texto narrativo