10 Exemplos De Paratextualidade

Paratextualidade

o paratextualidade É o conjunto de elementos que emoldura uma obra literária. Por exemplo, o título e o epílogo são paratextos.

A paratextualidade é uma categoria da transtextualidade, que é tudo o que relaciona um texto com outros ou com o mundo exterior. Os conceitos de transtextualidade e paratextualidade foram cunhados por Gérard Genette, crítico literário, em sua obra Palimpsestos: literatura na segunda série.

Os elementos da paratextualidade são essenciais para a compreensão de uma obra literária, pois indicam possíveis sentidos de leitura, servem para orientar os leitores, determinar como um texto deve ser lido, agregar informações relevantes, estabelecer contato com outros elementos culturais, entre outros.

Existem dois tipos de paratextualidade :

  • peritexto. É tudo que está no livro, mas que não faz parte da obra em si e serve para apresentar o livro. O peritexto pode ser um texto ou uma imagem e pode ter sido feito pelo autor ou pela editora. Por exemplo: título, subtítulo, epígrafe, pseudônimo, prólogo, dedicatória, notas de rodapé, glossário, epílogo, prefácio, capa, contracapa, resumo, anexo, nota, ilustração, fotografia, mapa, esquema e gráfico.
  • Epitexto. É tudo aquilo que serve de guia para a leitura do texto, mas que não está no livro. Pode ter sido produzido pelo autor ou por outra pessoa. Por exemplo: entrevistas, resenhas, ensaios, cartas, documentários e artigos críticos sobre o autor ou sobre o texto.
  • Texto Literário

Exemplos de paratextualidade

  1. Mark Twain. É o pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens e significa “marca dois”, expressão usada na navegação.
  2. nota de romance O exame de Julio Cortázar: “Publico hoje esta velha história porque inevitavelmente gosto de sua linguagem livre, de sua fábula sem moral, de sua melancolia portenha, e também porque o pesadelo onde nasceu ainda está acordado e andando pelas ruas.” Com esta nota, o autor estabelece uma introdução e uma possível leitura do texto: não tem moral e destaca o tom melancólico do livro.
  3. “Nota crítica de Juan María Gutiérrez” da história o matadouro por Esteban Echeverría. Este texto foi publicado, juntamente com a história, vários anos após a morte do autor. Este texto descreve como a história de Echeverría deve ser lida: como um testemunho da época retratada na história, ou seja, como uma história realista.
  4. A árvore genealógica Buendía. Esta árvore genealógica foi incluída na edição comemorativa do romance Cem anos de Solidão de Gabriel García Márquez e serve para orientar o leitor na leitura do romance, pois conta a história de muitos personagens daquela família.
  5. “Carta a Dom José Zoilo Miguens”. Esta carta foi publicada em 1872 juntamente com O gaúcho Martin Fierro, um poema narrativo escrito por José Hernández. A carta orienta o leitor sobre como o texto deve ser lido: como uma representação fiel da vida do gaúcho e como um texto verídico, ainda que ficcional.
  6. “Às vítimas da espera” é a dedicatória do livro Permanecer por Antonio Di Benedetto. Essa dedicatória funciona como um paratexto do romance porque indica um dos temas centrais do romance: a espera como organizadora da vida do protagonista.
  7. “Oh! O egoísmo infinito da adolescência, / otimismo estudioso: como estava cheio de / flores o mundo naquele verão Os / ares e formas moribundas…”. Esta citação pertence ao poeta Arthur Rimbaud e é a epígrafe do poesia completa por Alejandra Pizarnik. Esta seção orienta o leitor sobre como os poemas deste livro podem ser lidos: é preciso levar em conta que a escrita de Pizarnik pode ser entendida como uma ruptura com as formas tradicionais de poesia.
  8. “O romance Memórias póstumas de Brás Cubas —que publicamos em nova tradução— inaugura a etapa mais comprometida e menos convencional de sua obra. Escrito no final do século XIX, mantém, no entanto, um frescor marcante: seu humor corrosivo —que às vezes beira o cinismo— e sua ironia ressoam no leitor do século XXI com a mesma intensidade como se tivessem sido concebidos na contemporaneidade. Este texto é um fragmento da contracapa de Memorias póstumas de Brás Cubas de Machados de Assis. Os textos da contracapa costumam orientar a leitura porque fazem uma breve sinopse do conteúdo do texto literário e porque mencionam a importância e as características do estilo do autor.
  9. “Dr. Jekyll e Edward Hyde, transformados” de Jorge Luis Borges. Neste pequeno ensaio, o autor analisa um filme que é uma transposição da história de Stevenson. Este ensaio serve como epitexto da história, pois são analisadas sua estrutura, seus personagens e a forma como é contada. Além disso, é mencionada a importância desse conto para a literatura universal.
  10. “representar” de As palavras e as coisas por Michel Focault. Neste capítulo do livro, o autor propõe uma leitura possível sobre Dom Quixote de La Mancha em relação aos signos, a representação da linguagem e dos objetos do mundo da ficção. Este texto funciona como um epitexto para o romance de Miguel de Cervantes, pois estabelece uma forma diferente de abordá-lo.
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