Reflexão Sobre a Morte


Por que devemos morrer?

O que exatamente está morrendo? O que acontece quando morremos? O que vem depois? Resta alguma coisa de nós no mundo? Desde o início da civilização humana, as questões sobre a morte têm sido uma das mais perturbadoras e difíceis de responder.

As religiões, as filosofias, as ciências e até a política têm tentado encontrar uma resposta que nos dê conforto face ao inevitável e nos permita viver com menos ansiedade, lidando de forma mais positiva com o vazio que advém de saber que um dia, inevitavelmente, morreremos.

Há muito que sabemos que todos os seres vivos, sem exceção, devem, em algum momento, devolver à natureza o material de que são feitos os nossos corpos e a energia com que os mantemos em funcionamento. Vimos isso acontecer no mundo animal, onde uns comem outros para prolongar a própria existência, e ao mesmo tempo o predador mais poderoso acaba adoecendo e servindo de alimento para seres muito menores e insignificantes.

Isto pode nos parecer cruel, mas é importante que aconteça. Os recursos que a vida necessita são finitos e, portanto, devem circular entre os seres. Mas esta lição é mais difícil de compreender quando se trata da morte de seres humanos. Talvez porque sejamos a única espécie consciente do seu próprio destino, ou seja, os únicos animais do mundo que entendem, ao longo da vida, que um dia a morte chegará.

O que é a morte?

A morte, portanto, é algo complicado de compreender e ainda mais de comunicar. Aqueles que a conheceram pessoalmente não podem contar-nos novamente o que acontece, e aqueles de nós que ainda estão vivos só podem testemunhar a morte de outras pessoas. Então, com o tempo, construímos nossas próprias respostas.

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Para a maioria das religiões, por exemplo, a morte nada mais é do que uma transição, uma mudança de plano de existência que nos permite deixar o mundo conhecido e avançar em direção a um “além”. Este reino dos mortos recebeu muitos nomes em diferentes culturas: paraíso, valhalla, hades, etc., e muitas vezes foi pensado como um lugar onde ocorre um certo sentido mais elevado de justiça. Assim, na vida após a morte os justos são recompensados ​​e os ímpios punidos, o que devolve ao mundo um certo equilíbrio ou equilíbrio que muitas vezes lhe falta.

Existem também tradições místicas que entendem a morte como um retorno à origem. Todos viemos de algum lugar e eventualmente devemos retornar, o que muitas vezes significa recomeçar um ciclo eterno de existência e inexistência. Os antigos hindus a entendiam como uma roda girando eternamente, na qual a alma reencarnava, ou seja, voltava a ter um corpo diferente, perdendo todas as suas memórias no caminho.

A ciência, por outro lado, nos dá menos conforto. Na sua opinião, a morte nada mais é do que o fim da existência: o momento em que o nosso corpo perde o equilíbrio interior e deixa de funcionar.

Podemos explicar como e por que isso ocorre, estudando cada caso individual, e até sabemos o que acontece com nossos corpos quando deixamos de habitá-los: nossas próprias enzimas e bactérias são responsáveis ​​por decompô-los, acabando por reduzi-los a nada. Mas não conseguimos provar cientificamente que existe vida após a morte, nem que temos uma alma imortal que empreende a viagem para um mundo distante.

Podemos escapar da morte?

A morte parece inevitável e em muitos casos pode até tornar-se desejável, quando a vida se torna um tormento insuportável. Mesmo assim, a espécie humana sempre sonhou em escapar da morte, seja através de elixires e feitiços, seja de tecnologias milagrosas.

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É verdade que graças à medicina aprendemos estilos de vida mais saudáveis ​​e combatemos a doença com medicamentos, o que aumentou a nossa esperança de vida para quase 100 anos. Isso não é pouca coisa quando comparado aos 30 a 50 anos que vivíamos nos tempos antigos. Mas nada podemos fazer contra a deterioração natural do corpo, que reduz a eficácia dos nossos processos internos e acaba por nos tornar criaturas frágeis e lentas.

A vida, porém, tem sua própria forma de lidar com a morte: a reprodução. Ter descendentes, perpetuar genes e ampliar as espécies é o mandato que partilhamos com os animais. Assim, os indivíduos morrem, mas o coletivo permanece, e com este último também a cultura, a história, a memória coletiva da nossa espécie. Essa parece ser a única maneira de escapar da morte, pelo menos durante algumas gerações.

Referências:

  • “Morte” na Wikipédia.
  • “A perspectiva da morte segundo as diferentes culturas do mundo” em La Razón (Espanha).
  • “A Definição da Morte” na Enciclopédia de Filosofia de Stanford.
  • “Morte” na Enciclopédia Britânica.
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O que é um reflexo?

Uma reflexão ou dissertação é um texto em que o autor pensa livremente sobre um tema. Ou seja, neste tipo de textos o autor partilha o seu pensamento com o leitor, convidando-o a assumir um ponto de vista ou a avaliar diferentes argumentos, sem necessariamente ter um propósito de reflexão, mas sim o mero prazer de pensar sobre o tema. As reflexões podem tratar de qualquer tema e ser mais ou menos formais, podendo fazer parte de discursos, livros, etc.

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