5 Exemplos De Monólogo Sobre Os Direitos Das Crianças

E monólogo direitos das crianças É um discurso em que um único participante conversa consigo mesmo ou com um interlocutor ausente para refletir sobre as leis que são necessárias para a proteção das crianças.

O monólogo é um texto em que o autor se dirige a si mesmo, mas também se dirige aos leitores ou à audiência. Por meio desse tipo de fala, obtém-se informações sobre os sentimentos e pensamentos do personagem que a executa, e permite conectar-se com sua psicologia e forma de ver o mundo de forma mais autêntica e desinibida.

É possível encontrar monólogos em muitos gêneros literários, como poesia, contos, ensaios, peças de teatro, artigos de jornal, romances. Difere do diálogo, pois nele ocorre a comunicação entre duas ou mais pessoas.

De acordo com a obra da qual faz parte e as intenções expressivas, existem três tipos de monólogos:

  • Monólogo dramático o soliloquio. É uma peça completa ou parte dela em que um dos personagens fala consigo mesmo em voz alta e expressa seus pensamentos e sentimentos.
  • monólogo cômico. Trata-se de uma fala bem-humorada enunciada por um comediante para refletir sobre diversos temas do cotidiano. Seu objetivo é fazer o público rir.
  • Monólogo interior ou fluxo de consciência. É a narração em primeira pessoa do fluxo de pensamentos de um personagem em uma obra literária. É uma técnica que tenta captar as ideias do personagem no papel. Sua leitura pode ser complicada, pois a lógica do pensamento costuma não ter coerência.
  • Pode te ajudar: Monólogo sobre o amor

Exemplos de monólogo dos direitos das crianças

  1. “Direitos” de Hugo Midón (2004). Nesta música da peça Direitos Desonestos, o personagem se refere ao direito à igualdade que as crianças têm, independentemente de origem social ou étnica, língua, religião, opinião ou nacionalidade. Tem a ver com o artigo 2º da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.

EU
Nós olhamos para a mesma lua
procuramos o mesmo amor
temos a mesma risada
Sofremos da mesma tosse

Eles nos dão as mesmas vacinas
Para o mesmo sarampo
falamos a mesma língua
com a mesma voz

Refrão
eu não sou melhor que ninguém
E ninguém é melhor que eu
É por isso que eu tenho o mesmo
Direitos que você tem

II
Cantamos o mesmo hino
com o mesmo coração
temos as mesmas leis
a mesma constituição

Nós pisamos na mesma terra
temos o mesmo sol
Picamos a mesma batata
com o mesmo garfo

  1. Extraído de o meninode Jules Vallès (1989). Neste romance, o protagonista Jacques Vingtras (cuja história é um reflexo da vida do autor) reflete sobre o direito das crianças à proteção contra maus-tratos (artigo 19 da Convenção Internacional dos Direitos da Criança), depois de ter sido ele próprio um vítima disso durante sua infância e parte de sua adolescência.

Não tenho reclamação a fazer. Não tenho nem uma bola de gude lascada na consciência. Uma vez meu pai me deu trinta centavos para comprar um caderno que custou vinte e nove. Eu guardei o centavo. Este foi o meu único deslize. (…) Se eu fosse a Paris, de novo! Saindo da prisão, eu apertaria as mãos de qualquer maneira. (…) E bem. Cumprirei minha pena aqui, e depois irei para Paris, e quando estiver lá, não vou esconder que estive na prisão,
Eu vou gritar! Defenderei o DIREITO DA CRIANÇA, como outros DIREITOS HUMANOS.

Perguntarei se os pais têm liberdade de vida e morte sobre o corpo e a alma de seus filhos; se o Sr. Vingtras tem o direito de me martirizar por ter medo de um trabalho miserável (…). Paris! Ai eu a amo! Vislumbro a imprensa e o jornal, a liberdade de defesa e a simpatia pelos rebeldes. A ideia de Paris me salvou da corda naquele dia.

  1. Trecho de “Globalized Children’s Rights”, de Susana Dalle Mura (2011). Neste artigo, a autora reflete sobre os novos problemas que atentam contra os direitos da criança na era da globalização.

(…) Tudo o que foi feito até agora é insuficiente e incapacitante para a proteção adequada das crianças em uma sociedade globalizada, pois novos problemas relacionados a ela estão surgindo. Seria necessário visualizar os problemas atuais dessa faixa etária com um planejamento concreto em termos de políticas públicas, contemplando a situação atual e futura da mesma.

(…) Hoje, mais do que nunca, devemos proteger as crianças em todas as suas formas e latitudes, reconhecendo na realidade os seus direitos: à saúde, à educação, à habitação, à família, à nacionalidade, à identidade, a não trabalhar em uma idade precoce. Todos os direitos violados tanto na comunidade internacional quanto em nosso país e na província.

(…) São os homens e as coisas que devemos mudar, e não as leis. Temos declarações, convenções, protocolos e leis a nível internacional, nacional e provincial. No entanto, faltam valores e consciência cívica para mudar a realidade. Todos falam em mudança para que nada mude ou mude, mas apenas nas regras e não na realidade. Nas políticas da infância, precisamos de mais respostas e menos verba. Maior eficiência e comprometimento de toda a sociedade na utilização dos recursos disponíveis e melhor preparo para enfrentar os problemas cotidianos da infância e adolescência. É claro que as crianças não têm opinião ou voto. É por isso que eles são permanentemente marginalizados nas prioridades sociais?

A infância é o futuro de um país e, sem saúde e educação, submetida aos flagelos do trabalho infantil precoce, tráfico de pessoas, drogas, criminalidade, pobreza, desnutrição, violência, desesperança e falta de valores familiares e sociais, não tem uma vida digna futuro.

Uma infância protegida, em toda a sua amplitude e necessidade, poderá florescer e dar frutos frutíferos na comunidade onde se desenvolve. Argentina acorda!

  1. “Quem deu o nome à lua”, de Mirta Goldberg (1994). Neste poema pertencente ao livro Novo Vento Suave Io sujeito poético reflete sobre o direito a ter um nome e uma nacionalidade (artigo 7 da Convenção Internacional dos Direitos da Criança).

Quem nomeou a lua?
Poderia ter sido a lagoa?
que de tanto vê-la à noite
decidiu chamá-la de lua?

Quem nomeou o elefante?
Poderia ter sido o vigia?
um dia quando ele estava andando muito vagarosamente?

Quem deu nome às rosas?
Quem nomeia as coisas?

Eu penso nisso todos os dias.
Haverá um cavalheiro chamado Ponenombres
O que obtém os nomes dos Nomes?

Ou a areia sozinha decidiu ser chamada de areia
e o mar só resolveu se chamar mar?

Como será?
(Graças a Deus por mim
ele me deu o nome
minha mãe.)

  1. Trecho de “Olhar e ver”, de Sergio Kern (1997). Nesta história, o narrador reflete sobre o direito à educação das crianças com deficiência e faz referência ao artigo 23 da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.

III
Agora estou indo para a escola e chove o tempo todo. E parece que as gotas estão explodindo como bombinhas de Natal no piloto de plástico em que meu pai me colocou.
Hoje vai vir aquele que faz livros e acho que vai se molhar se não tiver um piloto igual ao meu.
Meu pai me disse que meu piloto é feito de plástico amarelo. E ele estava me contando sobre muitos
coisas que são amarelas As bananas são amarelas. Os limões maduros são amarelos. Existem ameixas amarelas. O teto dos táxis é amarelo (…).

V
Todos ficaram em silêncio. Parece que entrou o homem que faz livros. Ele nos disse seu nome e começou a falar sobre quando era criança. Parece que seu pai também fazia livros.
Agora ele começa a contar como ele vê as coisas. Como você olha para eles e depois os desenha? Fale sobre as cores que as coisas têm depois da chuva. Já me parecia que algo assim deveria acontecer depois da chuva. Porque tudo é lavado na hora. É lógico!
Agora você está falando sobre a cor que as coisas têm quando enferrujam. Vou perguntar ao meu pai porque as coisas enferrujam.
Agora ele diz que vai ler algumas histórias para nós. Mas que são histórias que ele não escreveu. Diz que vai ler-nos histórias de que gostou muito (…).

VII
Agora ele terminou de ler as histórias e nos diz que vai fazer um desenho no quadro-negro para que possamos ver como ele desenha. (Acho que foi um bom momento para ele mostrar o que está fazendo.) E ele nos diz para começarmos a nos desenhar enquanto ele desenha. Bem, parece que os meninos trouxeram tudo para desenhar. Nós já tínhamos sido avisados ​​disso, então eu também trouxe o meu.

VIII
(…) O homem que faz livros disse-nos que podíamos desenhar o que quiséssemos e que não tinha de ser pelas histórias que ele tinha lido. Que fazemos qualquer coisa, o que quisermos.
Mas vou modelar em plasticina os personagens da história dos monstros que vão para a escola que ele leu para nós. Porque me fez rir.
(…) Então eu começo a fazer a Múmia e é re-fácil porque não tem roupa nem capa. Então eu faço Drácula, mas não consigo encontrar as presas. Nem me lembro se já fiz ou não. E no final volto a Frankenstein. Já fiz a cabecinha com parafusos nas orelhas. Coloquei as pernas nele e o deitei ao lado da Múmia e do Drácula que também estão deitados. Agora estou massageando seus bracinhos. Já coloquei um e ficou perfeito. Finalmente estou com o outro bracinho. Não há ruído de giz. O que faz livros parou de desenhar no quadro-negro e diz que vem ver o que fizemos.

IX
Parece que vem direto para a nossa mesa. Ele avança conversando com outro senhor que o traz aqui. O outro senhor diz a ele: “Olha, com base no que você discutiu e leu, o que essa cega fez.”
(Sou cego.) Mas não gosto de ser chamado assim. Chamar-me cego está bem. Meu pai fala que tem que chamar as coisas pelo nome e pronto.
O homem que faz livros ficou sem palavras, ao que parece. Então ouço o outro homem dizer a ele: “A propósito, não contamos a você que havia cegos entre as crianças.
Porque se não, você não teria falado sobre o que você falou ou desenhado o que você desenhou.” E começa a explicar que é um plano piloto (como o meu piloto amarelo?)
somos cegos vamos ficar mais juntos com as crianças que não são.
Chocolate para a notícia. Meu pai tinha explicado tudo para mim.
Mas aquele que faz livros não o ouve mais e me pergunta qual é o meu nome.
–Ximena –digo a ela, e acrescento –Ximena com “X”.
E então aquele que faz livros começa a falar comigo tudo com “x”, e eu começo a rir e ele também e eu também sinto falta dela.
Então o homem dos livros começa a olhar para a Múmia e o Drácula e me diz que os ama e eu rio mais.
E ele me diz que o Frankenstein que fiz parece incrível para ele. E balanço a cabeça para o outro lado, porque me dá um pouco de vergonha. E ele me diz que ele mesmo, por ser gordinho, é idêntico ao meu Frankenstein.
E penso na sorte do homem que faz livros. Com aqueles parafusos na cabeça e comendo todos os “s”, ele ainda poderia aprender a fazer livros (…).