20 Exemplos De Poemas Curtos

E poema É uma composição literária geralmente escrita em verso e que pertence ao gênero lírico. O objetivo central da poesia é realçar a beleza da linguagem e comover o leitor, por meio da seleção e disposição das palavras, do uso de figuras retóricas e de elementos sonoros e rítmicos. É por isso que nos poemas predomina a função poética da linguagem.

Embora a rima, o ritmo e a métrica sejam elementos que caracterizam a poesia tradicional, os poemas podem ou não estar de acordo com os padrões clássicos. Existem até os chamados poemas em prosa, que não seguem a divisão em versos.

Da mesma forma, os temas que um poema pode abordar são infinitos, tantos quantos aqueles que escrevem poesia podem imaginar. Dessa forma, a poesia é considerada a forma literária mais livre, polissêmica e variada de todas.

Por outro lado, a extensão dos poemas também pode ser muito diversa: desde longas composições (divididas ou não em canções e estrofes) até construções curtíssimas que apostam na condensação do sentido, como o haicai japonês.

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Índice de Conteúdos

exemplos de poemas curtos

  1. Poema XIII (Dibaxu)de Juan Gelman (Argentina)

você está
minha única palavra /
Não sei
teu nome

  1. “Dedicação”, de Luis Alberto Cuenca (Espanha)

A terra estava seca.
Não havia rios ou nascentes.
E fluiu de seus olhos
A água, toda a água.

  1. “Revelado”, de Gabriela Mistral (Chile)

Como sou rainha e já fui mendiga, agora
Eu vivo em puro tremor que você me deixa,
e te pergunto, pálida, a cada hora:
“Você ainda está comigo? Ah, não vá embora!”

Eu gostaria de fazer as marchas sorrindo
e confiando agora que você veio;
mas até dormindo eu tenho medo
e eu pergunto entre os sonhos: “Você não se foi?”

  1. “Futuro”, de Alejandra Pizarnik (Argentina)
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dizem-me
você tem a vida pela frente
mas eu olho
e eu não vejo nada

  1. “Eu rezo”, de Alejandra Pizarnik (Argentina)

pequeno poema
não fuja de mim
não construa abismos
entre minha alma e você

  1. “Flor”, de Federico García Lorca (Espanha)

o magnífico salgueiro
da chuva, caiu
Oh a lua redonda
nos ramos brancos!

  1. “Amor eterno”, de Gustavo Adolfo Bécquer (Espanha)

O sol pode ficar nublado para sempre;
o mar pode secar num instante;
o eixo da terra pode ser quebrado
como um cristal fraco.

Tudo vai acontecer! pode a morte
cubra-me com seu crepe fúnebre;
mas nunca pode sair em mim
a chama do seu amor

  1. “Cresço uma rosa branca”, de José Martí (Cuba)

Cultivo uma rosa branca
em junho como em janeiro
Para o amigo honesto
que me dá a mão livre.

E para o cruel que me rouba
o coração com o qual eu vivo,
cultivo de cardo ou urtiga;
Eu planto a rosa branca.

  1. “Caribe”, de Alejandro Castro (Venezuela)

De todos os monumentos
construído pelo homem
o meu favorito é o mar.

  1. “Seu nome”, de Octavio Paz (México)

Nasce de mim, da minha sombra,
amanhece na minha pele
amanhecer de luz sonolenta.
Corajosa pomba teu nome,
tímido por cima do meu ombro.

  1. “Pastoral do Chile”, VI, de Raúl Zurita (Chile)

Chile é longe e é mentira
Não é verdade que já ficamos noivos
os campos são miragens
e apenas cinzas permanecem de lugares públicos
mas embora quase tudo seja mentira
Eu sei que um dia todo o Chile
vai levantar só pra te ver
e embora nada exista, meus olhos te verão.

  1. “Exílio”, de Luis Cernuda (Espanha)

Diante das portas fechadas,
Em um rio de esquecimento, vai a antiga canção.
Uma luz longe pense
Como através de um céu.
todos estão dormindo
Enquanto ele carrega seu destino sozinho.

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Cansaço de estar vivo, de estar morto,
Com frio em vez de sangue,
Com frio que sorri insinuando
Nas calçadas desligadas.

A noite o abandona e a aurora o encontra,
Seguindo suas pegadas a sombra tenazmente.

  1. “No ouvido de uma menina”, de Federico García Lorca (Espanha)

Não quis.
Eu não queria te dizer nada.

eu vi em seus olhos
duas árvores malucas
De brisa, de riso e de ouro.
Eles se mexeram.
Não quis.
Eu não queria te dizer nada.

  1. “Metáforas”, de Silvia Plath (Estados Unidos)

Adivinhe: nove sílabas
Eu tenho, elefante, casa grande,
melão com apenas dois tentáculos.
Oh fruta, marfim, madeira fina!
Dinheiro novo nesta bolsa.
Sou médium, cena, vaca prenha.
Comi muitas maçãs verdes.
Ninguém sai do trem em que estou.

  1. “Até a carne”, de José Saramago (Portugal)

Outros dirão em verso outras razões,
Quem sabe se mais útil, mais urgente.
Não mudou sua natureza,
Suspenso entre duas negações.
Agora, invente arte e maneira
Unir acaso e certeza,
Leva nisso, ou não, a vida toda.

Como alguém que morde as unhas cortadas.

  1. “A rosa doente”, William Blake (Reino Unido)

Você está doente, oh rosa!
o verme invisível,
que voa, à noite,
no uivo do vento,

sua cama descoberta
de alegria escarlate,
e seu amor escuro e secreto
consumiu sua vida

  1. “Oh yeah”, de Charles Bukowski (Estados Unidos)

Há coisas piores do que
estar sozinho
mas muitas vezes leva décadas
realizá-lo
e mais frequentemente
quando isso acontece
é muito tarde
e não há nada pior
que
tarde demais.

  1. “Minha fé”, Pedro Salinas (Espanha)

Eu não confio na rosa
de papel,
tantas vezes eu fiz isso
eu com minhas mãos

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eu não confio no outro
rosa real,
filha do sol e do tempero,
a noiva do vento

De você que eu nunca fiz,
de você que nunca te fez,
Eu confio em você, redondo
com certeza aleatório.

  1. “Às vezes me parece”, de Roberto Juarroz (Argentina)

às vezes me parece
que estamos no centro
da festa
porém
no centro da festa
não há ninguém.

No centro da festa
existe o vazio

Mas no centro do vazio
há outra festa

  1. “Lixo”, de Rafael Cadenas (Venezuela)

É difícil ter passado dias, meses, anos se defendendo sem saber de quem.
Recio não conseguindo ver o rosto do sitiante.
Difícil ignorar o que nos assola.

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