o autonomia e heteronomia São conceitos associados à ação humana, na medida em que o comportamento das pessoas pode ser realizado como resultado de decisões tomadas por elas mesmas, ou por influência de algum agente externo. Por exemplo: ouça um ou outro tipo de música, use sempre as roupas que aparecem nas revistas.
Com efeito, a efetiva realização da ação é sempre privada e individual, mas pode acontecer que a pessoa seja forçada ou simplesmente motivada a praticá-la por algum outro motivo.
A origem da diferença entre ações autônomas e ações heterônomas está na psicologia e nas pesquisas sobre moralidade: uma forma de definir essa antinomia é pensar se as normas morais vêm de si ou de outro.
Quem estabelece um mandato pelo qual outro deve agir está usando sua autonomia moral, enquanto quem recebe o mandato só pode estar usando a autonomia se ele mesmo a tiver estabelecido, ou se tiver total liberdade para cumpri-la.
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Contribuições da Psicologia
o psicologia Ele teve muitas contribuições em relação ao julgamento moral, e entre todas elas se destaca a de Jean Piaget, que considerou que ao longo da educação da criança há duas fases precisamente delimitadas pela heteronomia ou autonomia da moralidade:
- fase autônoma. Ocorre desde a primeira socialização até aproximadamente os oito anos de idade, onde as regras impostas para cada aspecto da vida são inquestionáveis, e a justiça é identificada com a mais severa sanção.
- fase heterônoma. Dos 9 aos 12 anos, a criança interioriza as regras mas modifica-as com o consentimento de todos: o sentido de justiça torna-se tratamento equitativo.
condições externas
Realizar um julgamento que separe objetivamente os comportamentos autônomos dos heterônomos implicaria assumir um grande número de suposições. Talvez a mais importante delas seja que as pessoas tenham certa autonomia, algo altamente discutível.
Ao longo da história, foram muitos os fatores que condicionaram a forma como as pessoas pensam, sentem e agem, entre os quais se destaca a religião, mas que muitos autores consideraram à sua maneira.
Para Augusto Comte, a sociedade era a emissora de mandatos morais, para Karl Marx a classe capitalista dominante, e para Friedrich Nietzsche o próprio sujeito que obedece, aproximando-se da teoria da autonomia.
Exemplos de Comportamentos Autônomos
Para exemplificar, alguns exemplos claros de comportamentos que podem ser classificados como autônomos estão listados abaixo:
- Vista-se como quiser, além da moda ou das tendências.
- Decidir terminar com um parceiro, apesar do fato de os pais pedirem para você continuar.
- Consumir uma substância prejudicial ao corpo, apesar de todos dizerem para ele não fazer isso.
- Decidir preferências políticas individuais.
- Ouça um tipo de música ou outro.
- Escolha uma carreira para estudar ou mude de área de estudo.
- Respeitar as tradições do credo a que pertence, num contexto desfavorável.
- Vá contra a corrente se uma criança perceber que os outros estão fazendo algo errado.
- Começar a praticar um esporte, em um ambiente onde não se conhece nenhum parceiro.
- Deixar de fumar, num contexto onde todos fumam.
Exemplos de comportamentos heterônomos
Em oposição, aqui está uma lista de exemplos de comportamentos claramente heterônomos:
- Use sempre as roupas que aparecem nas revistas.
- Continuar um parceiro que não se quer, por pressão familiar.
- Preste atenção ao médico antes de qualquer conselho ou prescrição.
- Fazer parte de uma rede de clientelismo que apoia um político.
- Prefira sempre o disco que toca no rádio.
- Realizar os estudos ordenados pelo patrão.
- Cumprir uma proibição política de praticar um culto.
- Juntar-se à multidão e maltratar um parceiro.
- Começar uma atividade porque todos os amigos começaram.
- Pare de fumar por ordem do médico.