Las Lendas maias São narrativas de transmissão oral que contêm acontecimentos ou personagens sobrenaturais e que se originaram na civilização maia, mas que continuam a ser contadas no presente. Estas histórias não têm autor e refletem aspectos culturais muito importantes para esta cidade.
Os maias foram uma civilização que durou aproximadamente dezoito séculos (até 1572) e foi encontrada no sudeste do México, em Yucatán, Guatemala, Belize e parte de Honduras e El Salvador. Este povo nativo produziu avanços culturais muito importantes e muitos deles estão presentes até hoje.
Essas lendas mostram aspectos da visão de mundo e das crenças religiosas dos maias, mas algumas foram modificadas pela influência dos conquistadores espanhóis e da religião católica.
Características das lendas maias
- Personagens. Os protagonistas geralmente são homens, animais ou seres fantásticos. Podem aparecer deuses, mas não serão os personagens centrais, já que as divindades costumam estar mais ligadas a mitos do que a lendas.
- Temas. Essas lendas costumam abordar temas como amor, família, relação com a natureza, bravura, origem de um animal ou planta, entre outros. Não há referência à criação do mundo, pois esse tema é específico da mitologia.
- Espaço. Geralmente, é mencionado o local onde os eventos ocorreram, mas em alguns casos são utilizados locais mais gerais, como no rio, na selva, etc.
- Tempo. As lendas geralmente se passam em uma época específica, mas algumas dessas lendas não citam o momento em que ocorreram, mas sim que ocorreram quando o povo já existia.
- Fatos. Eventos que supostamente ocorreram nem sempre são narrados. Em alguns casos, lendas são utilizadas para explicar a existência de determinados animais, plantas, características geográficas, entre outros.
- Propósito. Essas lendas buscavam deixar um ensinamento moral ou dar uma explicação das coisas que estão presentes no mundo.
Exemplos de lendas maias
- A lenda da flor branca
Esta lenda explica a origem da flor de maio. Segundo a lenda, um homem ficou muito triste porque não podia ter filhos com a esposa. Ele caminhava à noite olhando as estrelas e um dia rezou aos deuses para que lhe permitissem ter uma filha que fosse como as estrelas que ele olhava.
Sua esposa deu à luz uma filha, que quando cresceu passou o tempo olhando as estrelas. Logo a menina adoeceu e ninguém sabia o que fazer para tratar a doença que ela sofria. Os anos se passaram e num mês de maio a jovem morreu. O pai sonhou que sua filha estava voando para as estrelas e entendeu que os deuses o haviam enviado como filha para uma estrela.
Os pais, muito tristes, enterraram a filha e um ano depois, em maio, cresceu em seu túmulo uma planta que produzia flores brancas, que chamaram de flor de maio.
- Lenda de Canek
Esta lenda é uma explicação fantástica de um acontecimento ocorrido: a dissolução da Liga Mayapán em 1441. Esta liga era composta pelos habitantes de Uxmal, Chichén Itzá e Mayapán.
Segundo a lenda, Sac Nicté era a princesa de Mayapán e Canek era o príncipe de Chichén Itzá. No dia em que este jovem foi coroado ele viu a princesa e se apaixonou perdidamente por ela. Mas ela já estava noiva de Ulil, o príncipe de Uxmal.
Chegou o dia do casamento, Canek foi com seus guerreiros interromper a cerimônia e San Nicté partiu com ele. Os dois amantes escaparam, mas os habitantes de Uxmal e Mayapán ficaram furiosos e foram a Chichén Itzá para se vingar. Quando eles chegaram, todos os habitantes haviam partido, mas mesmo assim destruíram a cidade.
- A tristeza dos mayas
Esta lenda procura transmitir uma lição sobre a tristeza e a dificuldade de apagá-la com outras coisas. Conta-se que havia um homem muito triste na floresta e que alguns animais vieram perguntar-lhe o que havia de errado. O homem respondeu que estava triste e os animais lhe disseram para pedir alguma coisa. O homem respondeu que queria ser feliz.
Os animais lhe disseram que não poderiam conceder-lhe esse desejo, mas outros poderiam. Então o homem disse-lhes: “Quero ter uma boa visão” e o urubu deu-lhe o dom da boa visão. Aí o homem disse que queria ser forte e a onça lhe deu o dom da força. Aí ele disse que queria ser esperto e a raposa lhe deu o dom da astúcia. Aí ele disse que queria subir nas árvores e o esquilo lhe deu o dom de escalar. Aí ele disse que queria saber todos os usos das plantas, e a cobra, como sabia muito sobre o assunto, também lhe deu esse presente.
O homem saiu e a coruja disse aos animais: “Ele pode ter muitas coisas, pode fazer muitas coisas, mas ainda assim ficará triste”.
- Lenda do homem que vendeu sua alma
Esta lenda serviu para explicar a origem dos diferentes tipos de feijão existentes. A lenda começa com um homem muito inteligente, mas que estava muito triste e por isso invocou Kizín, o demônio. O homem ofereceu sua alma em troca de sete desejos e o demônio aceitou.
O primeiro desejo que o homem fez foi ser rico e imediatamente se encheu de ouro. A segunda era ter boa saúde, e ele conseguiu. A terceira foi comida, e ele comeu como nunca tinha comido antes. A quarta era ter poder, e ele também conseguiu isso. O quinto estava viajando e o homem pôde conhecer lugares muito bonitos. A sexta era uma esposa, e esse desejo também foi atendido.
Mas o sétimo desejo que fez foi que Kizín lavasse o feijão preto até ficar branco. O demônio tentou, mas não conseguiu limpá-los, então pensou que tinha sido enganado e que a partir de agora haveria feijão branco, vermelho e verde, além do preto.
- Lenda de Huay Chivo
Esta lenda vem dos maias, mas em muitas regiões ainda se acredita que o Huay Chivo exista. Diz-se que este ser é um homem que pode se transformar em um monstro, meio bode e meio homem.
Segundo a lenda, Huay Chivo foi um feiticeiro que vendeu sua alma a Kizín, um demônio. Este ser pode enlouquecer os homens se olharem diretamente para ele, mas se olharem para baixo nada acontecerá com eles. Diz-se também que esta criatura é responsável por coisas estranhas que acontecem no campo, por exemplo, roubo de galinhas, secas, entre outras coisas.
- Os luxos
Segundo a lenda maia, os aluxes eram pequenos seres de argila feitos para proteger as plantações. No presente, algumas pessoas acreditam que esses seres existem e que podem ser bons ou maus. Serão bons se forem bem tratados, mas serão maus se forem insultados ou se o espaço que cuidam for atacado.
Diz-se também que são invisíveis, que assustam quem entra nas florestas e que podem assumir a forma de um guerreiro maia, mas muito menor.
- Cenote de amendoim
Um cenote é um poço, e essa lenda acontece em um lugar que realmente existe, em Maní, cidade do estado de Yucatán. Segundo a lenda, a água vai acabar porque as pessoas sempre a usaram mal e, quando isso acontecer, o único lugar onde haverá água será neste cenote.
A lenda também diz que ali vivem uma velha e uma grande cobra e que, quando a água acabar, a cobra terá que ser alimentada com gente, para que a velha possa dar ao povo pedras com água que possam matar a sede. .
- A lenda do pombo torcaz
Esta lenda é uma história de amor. Diz-se que havia um guerreiro e caçador que certa vez estava caçando na floresta e de repente viu uma mulher perto do rio e se apaixonou por ela. Ele voltou várias vezes ao mesmo lugar para ver se a via, mas era inútil, ele não conseguia encontrá-la.
Como estava desesperado, pediu a uma bruxa que o ajudasse e ela lhe disse que ele só a veria novamente se virasse uma pomba, mas que nunca mais seria um homem. O guerreiro aceitou, a feiticeira enfiou um espinho em seu pescoço e ele virou pomba.
Ele voltou para o rio, viu a mulher e se aproximou dela. Ela agarrou-o com as mãos e removeu o espinho, mas isso fez com que o pombo morresse. A mulher, muito triste, esfaqueou-se com o espinho e virou pomba. Diz-se que, a partir daquele momento, ela não para de chorar pela morte do pombo.
- El Chom
Esta lenda conta a origem dos abutres. Conta-se que um dia o rei de Uxmal fez um grande banquete, mas antes da chegada dos convidados o rei foi descansar e toda a comida foi deixada no terraço do palácio. Os choms, pássaros que tinham penas de várias cores, aproximaram-se do terraço e devoraram toda a comida.
Quando o rei viu a bagunça que eles haviam feito, quis puni-los, então chamou seus feiticeiros para fazer os pássaros pagarem pelo que haviam feito. Os feiticeiros pegaram algumas penas de chom que encontraram e as colocaram no fogo. Estes ficaram pretos e os colocaram em um recipiente que continha uma poção. Eles disseram ao rei que ele deveria preparar o banquete novamente para que o feitiço funcionasse.
O banquete foi preparado, os pássaros voltaram a devorar tudo, mas não perceberam que os feiticeiros haviam se escondido. De repente, os feiticeiros saíram e jogaram a poção com as asas queimadas nos pássaros. As lindas penas dos pássaros ficaram pretas e eles não podiam mais comer pratos deliciosos, apenas carniça. Diz-se que a partir desse momento começaram a existir abutres.
- Cocai
Esta lenda conta a origem do cocay ou do vaga-lume. Diz-se que existia um curandeiro que conseguia curar todas as doenças com uma pedra verde brilhante. Um dia este homem estava andando pela floresta e perdeu sua pedra valiosa.
O curandeiro voltou para a floresta e pediu a diversos animais que o ajudassem a encontrar sua pedra. O primeiro a encontrá-lo foi o cervo, mas parecia tão bonito que, em vez de levá-lo ao curandeiro, engoliu-o. Mas seu estômago doeu tanto que ele teve que cuspir.
O urubu cansou de voar tanto e não ver e a lebre corria tão rápido que ele também não conseguia ver. Enquanto isso, o cocay continuou procurando em todos os cantos da floresta, até que de repente a encontrou. Seu corpo se iluminou quando ele a agarrou e a levou ao curandeiro. O homem ficou muito grato e disse-lhe que a partir daquele momento seu corpo ficaria iluminado para sempre.
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